HISTORIA |
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A
ERA DO CAFE Em 1836, Sumidouro ganha título de "Curato". Estando ligado por essa época, à freguesia do Santíssimo Sacramento de Cantagalo. Já em meados daquele século (XIX), Cantagalo representava o polo da produção cafeeira da região, parte integrante da primeira frente da trajetória do café no Brasil: a do Vale do Paraíba. Nesse contexto, a localidade de Sumidouro, economicamente integrada à este polo cafeeiro, conhece o apogeu de seus dias de glória. Coincidindo com a sua elevação, em 13 de maio de 1843, à categoria de "Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer", tem início um tempo de prosperidade sustentada pela mão-de-obra escrava. Com a Abolição, em 1888, o sistema tradicional escravagista de produção cafeeira do Vale do Paraíba entra em declínio, perdendo a primazia da cultura itinerante do café para as regiões norte e oeste de São Paulo, cuja produção se destacava pela mão-de-obra imigrante. Contudo, particularmente em Sumidouro e adjacências, um fato de extrema relevância vai imprimir uma sobrevivência à prosperidade economica local: É a chegada da Estrada de Ferro a Sumidouro em outubro de 1889, representando condições muito mais favoráveis aos produtores rurais. É neste contexto que se dá a emancipação político-administrativa do Município, em 10 de junho de 1890, nove meses após a Proclamação da República. Já no início do século XX, a economia local, calcada na produlão cafeeira, encontra seus limites com a crise que assola o maior comprador do café brasileiro: os Estados Unidos da América, em função da "quebra" da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, chega-se, assim, ao fim do chamado "Ciclo do Café" no Brasil. Desta forma, o município entra em um longo
período de decadência econômica, quadro este que só
vai ser revertido com a introdução de um modelo de
produção agrícola local baseado na olericultura, para
o qual contribuíram alguns aspectos atípicos: a
distribuição de uma grande parcela da população na
zona rural (84%), a expanção da referida cultura em
terras até então preservadas conhecidas por
"terras frias" - a pequena propriedade e a
mão-de-obra familiar, fatores estes que vêm
possibilitando bons niveis de produção e de
produtividade.
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O HINO | |
DESTRUIÇÃO DO PASSADO No Brasil em geral, e em Sumidouro em particular, a conservação do patrimônio histórico não desperta o interêsse dos habitantes. Várias construções já foram destruidas por ignorância ou descaso e muitas estão em vias de destruição pelos mesmos motivos. Um exemplo típico é a Capela do Nosso Senhor dos Passos que por ignorância foi "restaurada" destruindo o seu aspecto inicial. O pior neste tipo de "restauração" é que êle recolhe elogios de uma parte da população que considera o aspecto "restaurado" como "charmoso", "romântico", etc. No caso da Capela do Nosso Senhor dos Passos (como da Igreja Matriz) o reboco serve de proteção contra a erosão pluvial e a lixiviação da argamassa que possui uma composição diferente da usada hoje em dia, pois ela é feita sem cimento e é especifica para paredes feitas com pedras de alvenaria irregulares. Esta técnica foi desenvolvida há cerca de mil anos atrás e, na Europa, muita igrejas construidas no século X ainda estão de pé porque o reboco nunca foi retirado. Pela primeira vez em 124 anos as paredes da Capelinha estarão desprotegidas diante das chuvas de verão e do clima "tropical chuvoso" de Sumidouro. Seria bom se as pessoas que aprovam este tipo de "restauração" se perguntem por que a cidade de Sumidouro foi construida onde está, ou por que havia um reboco caiado de branco na Capelinha, ou por que a sua porta era pintada de verde. Na resposta a estas questões elas descobririam o valor do que nossos antepassados nos legaram. O município vizinho do Carmo (ao qual Sumidouro estava ligado há cento e dez anos atrás) tem 35 anos de avanço comparado a Sumidouro pois a Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi tombada no 23 de Janeiro de 1964. Aspecto atual da Capela do Nosso Senhor dos Passos após a "restauração" (foto: Celso Machado). Para ver o aspecto original da Capela clique sobre a foto acima. |
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