HISTORIA |
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UM
POUCO MAIS SOBRE AS ORIGENS Há evidências de presença indígena por toda a região Centro-Norte do Estado, que compreendia o chamado "Grande Sertão Bravo", denominação verificada em cartas geográficas do século XVIII. A história da ocupação do território do município de Sumidouro pela sociedade colonial expansionista, ainda carece de pesquisas mais elaboradas. Sabe-se, contudo, que a ocupação se tem em fins do século XVIII. A referência mais difundida - pois consta de uma conhecida publicação do IBGE: a "Enciclopédia dos Municípios Brasileiros", 1958 - é a que situa a ocupação a partir de uma capela construída às margens do Rio Paquequer, em 1822, destinada ao culto de Nossa Senhora do Paquequer ; informação extraída do Dicionário Geográfico-Histórico do Império do Brasil, de Saint-Adolph, segundo a citada Enciclopédia. A esta referência, soma-se outra fonte documental - os "Apontamentos para o Dicionário Geográfico do Brasil", de Moreira Pinto, onde se encontra uma citação sobre o registro dos principais doadores das terras em cuja localizalão se edificou a mencionada capela. Contudo, novas pesquisas revelaram uma fonte um pouco mais recente, que situa a ocupação de Sumidouro em um momento anterior: Segundo Alberto Lamego - em "O Homem e a Serra", IBGE, 1959 - a origem de Sumidouro remonta a 1786, quando do advento de uma diligência do Tenente-Coronel Manoel Soares de Coimbra, que nessa localidade instala um posto militar, ao redor do qual teria se concentrado o primeiro núcleo de colonos. A partir de uma associação desse relevante
dado com estudos atualizados da História Regional, há
uma tendência em se vincular a presença militar nessa
localidade à sua posição estratégica enquanto rota
alternativa entre as lavras clandestinas de ouro da
região ("Mão de Luva", em Cantagalo) e a
"Estrada Geral das Minas de Cantagalo", onde se
realizava o fisco português sobre a extração desse
metal precioso, oriundo das Minas Gerais.
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O HINO | |
DESTRUIÇÃO DO PASSADO No Brasil em geral, e em Sumidouro em particular, a conservação do patrimônio histórico não desperta o interêsse dos habitantes. Várias construções já foram destruidas por ignorância ou descaso e muitas estão em vias de destruição pelos mesmos motivos. Um exemplo típico é a Capela do Nosso Senhor dos Passos que por ignorância foi "restaurada" destruindo o seu aspecto inicial. O pior neste tipo de "restauração" é que êle recolhe elogios de uma parte da população que considera o aspecto "restaurado" como "charmoso", "romântico", etc. No caso da Capela do Nosso Senhor dos Passos (como da Igreja Matriz) o reboco serve de proteção contra a erosão pluvial e a lixiviação da argamassa que possui uma composição diferente da usada hoje em dia, pois ela é feita sem cimento e é especifica para paredes feitas com pedras de alvenaria irregulares. Esta técnica foi desenvolvida há cerca de mil anos atrás e, na Europa, muita igrejas construidas no século X ainda estão de pé porque o reboco nunca foi retirado. Pela primeira vez em 124 anos as paredes da Capelinha estarão desprotegidas diante das chuvas de verão e do clima "tropical chuvoso" de Sumidouro. Seria bom se as pessoas que aprovam este tipo de "restauração" se perguntem por que a cidade de Sumidouro foi construida onde está, ou por que havia um reboco caiado de branco na Capelinha, ou por que a sua porta era pintada de verde. Na resposta a estas questões elas descobririam o valor do que nossos antepassados nos legaram. O município vizinho do Carmo (ao qual Sumidouro estava ligado há cento e dez anos atrás) tem 35 anos de avanço comparado a Sumidouro pois a Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi tombada no 23 de Janeiro de 1964. Aspecto atual da Capela do Nosso Senhor dos Passos após a "restauração" (foto: Celso Machado). Para ver o aspecto original da Capela clique sobre a foto acima. |
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